3/06/2015

CONVERSA À BEIRA DO RIACHO




Há muito venho adiando essa conversa.

Já fiz um longo poema sobre o tema, mas praticamente não deu resultado.

Agora vai uma prosa de apelo, de união, de cobrança.

É sobre o Córrego Lava-pés, que atravessa algumas de nossas principais vias como as avenidas João Inácio Peixoto, a Humberto Mauro e a Astolfo Dutra. Acontece que, se se analisar bem, ele passa por vários lugares – pelos bairros Nova Granjaria, Miguel, Cojan (João Paulo II), Colinas, Granjaria, Campo Burrão e os condomínios da Química e Palmeiras.

Imagine-se, nesses últimos anos, como cresceu o "serviço" e o desgaste desse pequeno riacho. Ruas, becos e vielas, avenidas, e ainda mais com a demolição de muitas casas transformadas pouco a pouco em prédios de apartamentos e comércio e indústrias – todos servidos por esse minúsculo fio d'água teimoso e persistente, apesar do número de detritos e lixo jogados diariamente em suas águas.

Sei que a Prefeitura limpa mensal mas superficialmente suas margens, recolhendo tudo que a população continua jogando inexplicavalmente em suas bordas, na forma de colchões e sapatos velhos, animais mortos, garrafas e plásticos em grande quantidade.

E o córrego vai remando toda essa parafernália em direção ao Meia Pataca, outro de nossos heróis esquecidos, que leva finalmente ao velho Pomba.

Recentemente com a erosão e as chuvas, na parte do Lava-pés que fica na Av. João Peixoto, criaram-se pequenos lagos ao lado de sua minicorrenteza, que são reservatórios de mosquitos. Verdadeiros campos favoráveis ao cultivo do aedes-egypti e outros de semelhante larva (literalmente). Isso representa um perigo muito maior. Fui atendido em alguns apelos à Secretaria de Obras, mas o que foi feito não resolveu o problema. A cada chuva, alagam-se as margens novamente... e voltam os insetos.

Portanto, urge pelo menos que se faça a canalização das margens do Córrego Lava-pés, principalmente na parte da Av. João Peixoto, cujas bordas estão se desmanchando e propiciando esse fenômeno.

É preciso tornar mais fluida a passagem heroica do Lava-pés por nossas casas, no mínimo como agradecimento pelo trabalho diuturno de levar tantas mazelas para outras paragens, enquanto não surge uma melhor solução...

(06-03-2015)

2 comentários:

Eloina Resende disse...

Interessante é observar a inversão do valor em questão, situação comumente no Brasil, não deveria o poder público cobrar da população o fato das margens de rios, riachos e lagos estarem sujos, ao invés do contrário? Afinal o espaço público deve ser visto como extensão de nossa casa, e nele devemos depositar nossas referências.

Joaquim Branco disse...

Eloina, vocÊ tem razão. Mas por nossas bandas é tudo mesmo invertido. Ainda bem que, com a internet, todos nós nos tornamos noticiadores de problemas de nossas regiões. Abraço, jb